Este texto precisa começar pela sua contextualização. A cidade na qual moro, Leicester, é referência no que diz respeito a incorporação e respeito à população migrante, principalmente da Ásia (em especial, Paquistão, Índia etc). Também é uma cidade relativamente barata, para os padrões ingleses. E, da mesma forma, uma parte significativa da sua população é de estudantes (que buscam a excelência do ensino daqui mesclada a estes fatores citados). Em outras palavras, é uma cidade que conta com gente de tudo quanto é lugar, com perspectivas, experiências e bagagens muito diferenciadas. Ao mesmo tempo, o clima de aceitação e respeito (e não simplesmente a ‘tolerância’) à diversidade costumam ser pontos fortes da comunidade. Não me canso de dizer que, para mim, esse é um dos seus principais encantos. Dito isto, passemos ao tema do texto em si.
Festival de Diwali em Leicester, exemplo da presencapujante de diferentes culturas e experiencias.
Nos quase três anos em que moro aqui, um fenômeno se repete com frequência. Em uma determinada ocasião social (festas, bebendo em pubs, comendo no refeitório da universidade e assim por diante) fala-se das viagens feitas. Principalmente nesta época, fim de verão e início de retorno às aulas (para alguns). Alguém começa a falar que foi no Brasil, ou Brazil. Não é incomum que tenha sido um grupo (e não apenas uma pessoa) que tenha viajado. E aí começa o repertório, que se reproduz quase que da mesma forma sempre. Não fossem pessoas que não tem contato entre si, com tanta diferença entre elas, poderia pensar até que foi algo ensaiado. Continue reading →